
Sabe quando o mês já está acabando, e você acha que vai respirar aliviada… mas a vida resolve te ensinar mais uma vez que o controle é só uma ilusão? Pois é, foi exatamente assim que me senti na última semana de março.
Eu, que sempre tento manter o coração em paz — mesmo com a correria entre ser esposa, mãe, empresária e CEO — fui surpreendida por um combo de ansiedade e preocupação que chegou sem pedir licença.
Tudo começou num dia aparentemente comum. Meu marido começou a se queixar de um desconforto estranho. “Deve ser só um mal-estar passageiro”, pensei. Mas aí veio a febre. Aquele calafrio, o corpo mole, os olhos fundos… e a palavra que ninguém gosta de ouvir: dengue.
Sim, pela terceira vez. Como se uma já não fosse o suficiente, né?
Quando a saúde de quem amamos vira prioridade
Os dias seguintes foram de total atenção a ele. Quem já cuidou de alguém com dengue sabe: não é uma gripezinha. E quem já teve dengue mais de uma vez sabe que o corpo sente ainda mais. A preocupação virou rotina. A ansiedade, companheira. E o Google… meu melhor amigo.
Ele optou por tratar em casa — claro, com todo o acompanhamento necessário. Mas aqui entre nós: por que homem só aceita ir ao médico quando já tá nas últimas mesmo? Parece que têm uma resistência natural à ideia de serem cuidados. Mas tudo bem, com jeitinho e vigilância de enfermeira de guerra (no caso, eu), fomos passando por cada dia.
Dengue: o que é importante saber (e que aprendemos na marra)
Pra quem está passando por isso ou quer se informar, aqui vão algumas coisas importantes que aprendi nesse processo:
🌿 Alimentos que ajudam na recuperação:
- Hidratação é TUDO. Água, água de coco, sucos naturais, isotônicos — tudo o que puder ajudar a manter o corpo hidratado é bem-vindo.
- Frutas ricas em vitamina C, como laranja, acerola, goiaba e limão, ajudam no fortalecimento da imunidade.
- Sopas leves e caldos nutritivos, que sejam fáceis de digerir, também são ótimos aliados.
- Alimentos com ferro, como espinafre e feijão, ajudam a manter os níveis de plaquetas.
- Evite alimentos gordurosos ou muito condimentados — eles podem irritar ainda mais o organismo debilitado.
💊 E os remédios?
Cuidado! Nem tudo é permitido. Analgésicos como paracetamol ou dipirona são indicados para dor e febre. Evite anti-inflamatórios, como ibuprofeno e ácido acetilsalicílico (aspirina), pois podem aumentar o risco de sangramentos — algo que a dengue já provoca naturalmente.
Mas, sempre: aconselhamento médico é fundamental. Mesmo tratando em casa, tivemos ajuda profissional à distância.
💡 Curiosidades que você talvez não saiba:
- Uma pessoa pode ter dengue até quatro vezes, pois existem quatro sorotipos diferentes do vírus.
- O período crítico da doença geralmente acontece entre o 3º e o 7º dia de sintomas.
- Nem todo mundo sabe, mas não é recomendado tomar chás amargos ou fitoterápicos sem orientação médica — eles podem interferir na coagulação.
- Em alguns casos, a queda de plaquetas pode ser silenciosa, e o paciente não apresentar sintomas visíveis. Por isso, exames de sangue são fundamentais.
Um alívio chamado amor
Foram dias difíceis, mas também de muita conexão. No meio do caos, a gente se fortaleceu. A rotina parou, o trabalho ficou em segundo plano, e o que mais importava era ele estar bem.
Hoje ele já está 100%, graças a Deus. E eu sigo aqui, com o coração mais calmo em relação a ele, mas com a certeza de que não controlamos tudo — só podemos escolher como reagir.
Uma semana para respirar fundo e agradecer — mesmo depois de tanto susto
Quando meu marido finalmente estava melhor — depois daqueles dias intensos com a dengue —, respirei aliviada achando que o pior já tinha passado. Mas a vida, ah… a vida gosta de nos lembrar que o controle é só uma ilusão.
Foi num domingo. Um daqueles dias em que você só quer paz e descanso. Mas, de repente, nossa pequena de 2 aninhos começou a passar mal. Vômitos, enjoo, muito desconforto. Aquela energia que sempre preenche a casa ficou apagada. No nosso coração, acendeu-se um alerta.
Corremos com ela para o pronto-socorro da Unimed. E veio o diagnóstico: virose. Soro e medicação direto na veia. Só quem já viu o filho sofrendo no hospital sabe o quanto o coração de mãe se despedaça. E quando ouvi o chorinho dela me chamando… confesso, não deu. Chorei junto.
Pra ser sincera, deixei minha mãe acompanhá-la no atendimento. Sei que nesses momentos eu sofro tanto que acabo interferindo. É difícil admitir, mas é o melhor pra ela — e pra mim.
Quando o instinto grita mais alto
Os dias se passaram, mas a melhora não veio. E, como mãe que não sossega enquanto não vê o filho bem, levei ela de volta — dessa vez, à pediatra que confio de olhos fechados. Uma profissional que é luz e acolhimento.
Fizemos os exames. Coração na mão. E, graças a Deus, não era dengue. A virose continuava, mas com um novo protocolo de cuidados, ela começou a reagir. Aos poucos, o apetite voltou. A alegria nos olhos também. Nada se compara a ver um filho brincando de novo depois de dias difíceis.
Mas… como se ainda faltasse um susto pra completar a semana…
Uma descoberta inesperada (e assustadora)
Decidimos fazer peixe pro jantar. Algo simples, leve, saudável. Já tinha comido antes, nunca tinha dado nada. Mas bastaram alguns minutos e o corpo da Manu começou a pipocar. Urticária por todo lado. Era como se o corpinho dela estivesse gritando. Pegamos ela no colo e corremos, de novo, para o pronto-socorro.
E olha só o alívio no meio do caos: a pediatra dela estava atendendo lá naquela noite. Mais uma vez, Deus agiu nos detalhes. E sim — veio a confirmação: alergia ao peixe, especificamente ao cação. Mesmo já tendo comido outros tipos antes, não imaginávamos essa possibilidade.
Injeção, antialérgico e mais um protocolo pra seguir em casa. E um novo cuidado pra nossa lista: nada de cação por aqui;
Cansados, mas de pé
Foram duas madrugadas no pronto-socorro da Unimed (os enfermeiros já nos conhecem pelo nome, quase um plantão familiar). Uma semana intensa, cheia de altos e baixos, mas também cheia de amor, força e superação.
No fim, vencemos. Porque mesmo nas madrugadas cansadas, nos choros que nos quebram por dentro e nos protocolos que decoramos sem querer, existe uma força que só quem ama entende. E ela nos empurra, nos sustenta e nos transforma.
Seguimos firmes. Com mais cuidado, com mais fé. E com o coração grato por, mais uma vez, ver tudo voltando ao normal.